quinta-feira, 11 de maio de 2017

A arte de criar cães

Para muitos, criar cães não passa de acasalar dois exemplares, de raça ou não, esperar 60 dias, deixar a fêmea fazer o serviço e depois destinar os filhotes. Algo que parece tão simples. Porém, a criação de cães de raça vai muito além disso. Envolve a escolha de características físicas, de temperamento e de saúde adequadas, bem como manejo correto e destinação selecionada dos filhotes.
A parte mais fácil é conhecer o padrão da raça. Ele está disponível no site de cada entidade. Compreendê-lo não é tão simples assim. Mas nada que não se resuma a estudo e observação. Enxergar essas características nem sempre é tão simples assim. Alguns criadores ou juízes passam anos estudando uma determinada raça e parecem ter dificuldade em enxergar algumas características. Isso também é ligado à habilidade pessoal.
Após conhecer o padrão, é necessário avaliar os seus exemplares e buscar uma compensação de características. Nem mesmo o mais titulado dos cães é perfeito. É necessário conhecer o ponto fraco e o ponto forte de cada cão e compensá-los adequadamente. Mas isso também depende de outros fatores hereditários que vão além do que se vê no seu exemplar. Aí é necessário conhecer a procedência e linhagem do cão. E isso realmente não é tão fácil de se encontrar. Não existe uma cartilha de como criar a raça ‘x’ ou ‘y’ com histórico dos exemplares.
Com relação a características físicas, é a parte mais evidente. Não é tão difícil enxergar o paralelismo e as proporções de uma cabeça e buscar aperfeiçoar ou perpetuar essas características com o acasalamento adequado. Mas é necessário conhecer a carga genética desses cães para se obter um bom resultado.
Quando se fala de características de temperamento, já fica um pouco mais complicado. É fácil identificar a ocorrência de uma mordida. Porém é difícil identificar o que gerou esse fato. Se é genético, se é manejo e se é uma característica desejável naquela raça ou não. Equilibrar temperamento também necessita de estudo e de observação. Tanto dos exemplares acasalados, quando dos ancestrais e da prole. E o temperamento é tão importante quando as características físicas do padrão, ou até mais.
Além da escolha das características físicas e de temperamento adequados, também é necessário a seleção de saúde. Conhecer se os problemas decorrem de fatores genéticos ou ambientais, se preocupar com a perpetuação de problemas genéticos, realizar exames etc. Por mais que existam exames identificando genes causadores de um determinado problema, obter saúde não é matemático. E é ainda mais difícil que selecionar estrutura e temperamento. Por mais que um criador busque a saúde do seu plantel e da sua prole, nunca alcançará 100% de satisfação.
Mas quando falamos de criação de cães, vamos muito além da seleção genética. Também é necessário conhecimento para o manejo adequado dos exemplares e dos filhotes. Investimento de tempo e de dinheiro. E claro, envolve riscos! Um verdadeiro criador está sempre buscando o melhor, procurando superar suas limitações. Precisa de acompanhamento veterinário, procurar os produtos adequados, seguir protocolos etc.
Além disso, precisará dispender o seu tempo para acompanhar parto, cuidar de filhotes, passar noites em claro, abrir mão de convívio social etc.
Também é necessário conviver com a bajulação de interesseiros e com a perseguição de radicais contra a criação animal e venda de animais.
Absorver isso tudo e ter clareza na hora de destinar os cães ou mesmo segurar algum para o plantel. Se preocupar com a vida desses filhotes, seu crescimento saudável e tentar, de alguma forma, acompanhar tudo isso.
Sem falar nos sistemas de seleção como exposições e provas de trabalho, preocupação com a visibilidade pública, credibilidade e tudo mais.
Sim, criar cães é uma arte! Não é tão simples como um mais um é igual a dois. Um mais um pode ser igual a onze ou igual a nada. Uma arte que se aperfeiçoa com o tempo, dedicação e experiência. E que em retribuição, o artista recebe além de tudo uma cauda abanando ou uma lambida no rosto. Que passa por perdas, decepções, mas que se enche de alegria ao nascer de uma nova vida.

Ana Paula Ruzinski

Família Von Nordsonne

quinta-feira, 4 de maio de 2017

Nova ninhada de Dobermann



Ninhada ‘B2’ nascida em 24 de abril de 2017.

Pai: Rayden di Mônaco
Filho de filho de Remijaguare Connor [Livonija Baron Ikos Immortal, Letônia, e Remijaguare Alida Joline, Letônia], de linhagem europeia, importado da Letônia, e Francesca de La Maison de Keyala [Urbano Del Diamente Nero, Itália, e Sant Kreal Utro Severa, Rússia], de linhagem europeia, importada da França.

Mãe: Quinevére Kleo Von Nordsonne
Filha de Ingel Braum Von Nordsonne [Barão Vermelho di Amabille, Brasil, e JCh. BR Von Borghen Shooting Star, Brasil] de linhagem mista; e de Phanomen Nordsonne [Gott Zeus HDGotterberg Vom Rotdornweg, Brasil, e Eluna Van De Donauhoeve, Bélgica], de linhagem europeia.

A ninhada ‘B2’ descende de cães de renome nacional e internacional como Urbano del Diamante Nero, Livonija Baron Ikos Immortal, Ali Amadeus Piligrimas, Livonijas Baron Heart of Hamlet, Sergius-Aleksandrija Rerikh, Gamon di Campovalano, Baron Nike Renewal, Graaf Quirinus V Neerlands Stam, Asco Vom Der Burgstätte, Bronco Von Der Doberwache, Floyd Von Utgard, Gero Von Der Mooreiche, Alfred von der Urftquelle, Marienburg´s Morocco, Jivago Van Het Wantij, Black Bonny Vom Franckenhorst, Nello´s Lex Luthor, Iñaqui de Black Shadow, A´Monde The Goddess Athena, Cambria´s Highly Regarded, entre outros, campeões de beleza e trabalho.

Os pais possuem controle de displasia coxofemoral e de cotovelo. Ambos com articulações normais, isentos de displasia. A mãe da ninhada é uma fêmea preta de excelentes proporções. Com temperamento equilibrado, muito ativa e afável. Ônix é um macho preto com bela marcação escura, alto, de estrutura forte, com excelente temperamento. Carinhoso, obediente e sempre atento. Esperamos gerar filhotes com a estrutura e beleza dos pais bem como o excelente temperamento que possuem, obtendo acima de tudo, cães funcionais e equilibrados.

quarta-feira, 3 de maio de 2017

Cores diluídas na raça Dobermann

A raça Dobermann, conforme o FCI Standrad nº 143, tem duas cores características. Preto ou marrom com marcações vermelho ferrugem. É possível encontrar exemplares de coloração isabela [diluição de marrom] ou azul [diluição de preto] com marcações vermelhas, todo preto ou albino [sem as marcações características, sem reconhecimento por nenhum clube].
Os exemplares de cor isabela ou azul são reconhecidos pelo padrão American Kennel Clube e pelo The Kennel Clube [inglês].
AKC: ‘Color and Markings: Allowed Colors-Black, red, blue, and fawn (Isabella). Markings-Rust, sharply defined, appearing above each eye and on muzzle, throat and forechest, on all legs and feet, and below tail. White patch on chest, not exceeding ½ square inch, permissible. Disqualifying Fault - Dogs not of an allowed color.’
KC: ‘Definite black, brown, blue or fawn (Isabella) only, with rust red markings. Markings to be sharply defined, appearing above each eye, on muzzle, throat and forechest, on all legs and feet and below tail. White markings of any kind highly undesirable.’
O padrão elaborado pela Sociedade Brasileira do Dobermann em 17/12/1977 também aceitava as 4 cores. No padrão FCI de 1994 houve mudança, aceitando apenas exemplares pretos e marrons com marcação vermelho ferrugem. Esse padrão continuou na mudança de 17/12/2015:
COR: ‘O Dobermann é criado em duas variedades de cor: preto ou marrom, com marcações vermelho ferrugem claramente definidas e limpas. As marcas estão sobre o focinho, nas bochechas, acima dos olhos, na garganta, duas marcas no antepeito, nos metacarpos, metatarsos e patas, na face interna das coxas, nos braços e sob a cauda.’
Essa coloração decorre da diluição das cores preto e marrom. ‘O Locus D (Diluído) corresponde a uma região do gene MLPH que é importante para determinar a cor do revestimento em cães. Esta variante genética modifica a expressão dos pigmentos, eumelanina e phaeomelanina no cabelo. Uma variante genética dentro deste gene resulta em uma "diluição" ou iluminação da cor do revestimento dos cães’ [Paw Print Genetics, traduzido].
‘O gene de diluição ocorre no locus D. É recessivo, então d é diluído e D não é diluído, e para que um cão seja diluído deve ter o genótipo dd . Um cão que é Dd ou DD terá pigmento normal (não-diluído). O gene de diluição afeta a eumelanina (preto e fígado), embora a feomelanina (vermelha) também possa ser aliviada. Quando um cão tem duas cópias do alelo d, um cão preto se tornará azul (aka ardósia) e um cão de marrom (chocolate) se torna isabella (aka lilás). Um azul ou isabella pode ter qualquer padrão de casaco, mas o que eles têm, qualquer preto ou marrom no casaco será transformado em azul ou isabella. É geneticamente impossível para um cão azul ter qualquer preto em seu casaco, ou para uma isabella para ter marrom.’ [Doggenetics.co.uk traduzido]
‘É frequentemente alegado que os cães diluídos são menos saudáveis ​​do que aqueles com pigmento normal. Este equívoco tem mais provável provêm da prevalência em algumas raças de uma condição conhecida como Color Dilution Alopecia(CDA). Diluição de cor Alopecia é, de facto, o resultado de uma versão defeituosa do alelo d, conhecido como d l . Nem todas as raças possuem este alelo defeituoso, ea maioria dos blues e isabellas são completamente saudáveis’. [Doggenetics.co.uk traduzido]
‘CDA não ocorre em todos os diluídos e sua freqüência varia entre raças. É particularmente comum em Dobermanns, ocorrendo em até 80% de cães diluídos. Dilutos em outras espécies, tais como ratos são causados ​​pelo mesmo gene, e ainda CDA não é conhecido nestes, implicando que não é uma consequência inevitável da diluição. Pensa-se que a CDA podem ser causadas por um gene específico de diluição - marcado d l . Assim como existem vários alelos b diferentes que causam a cor do fígado (fenotípicamente o mesmo, portanto apenas distinguível através de testes genéticos), é provável que haja um número de diferentes alelos d , bem como, e apenas um destes causas CDA. Tecnicamente isto torna o CDA um alelo recessivo , pois é recessivo para D (não diluído, Não-CDA), no entanto d l é mais provável dominante sobre o alelo d padrão . O que isto tudo significa é que CDA poderia teoricamente ser criado fora da maioria das linhas por reprodução cuidadosa e testes genéticos para eliminar o alelo d l em favor do alelo d saudável. O mesmo problema também pode ocorrer (embora raramente) em cães negros ou fígados, e é conhecido como Displasia Folicular de Cabelo Negro . Ela afeta preto / fígado pêlos apenas, deixando todos os outros cabelos como normal. Porque esta condição é tão rara, muitas vezes não é diagnosticada.’ [Doggenetics.co.uk traduzido]
Associação de Doenças Nota: As variantes do locus D são algumas vezes responsáveis ​​por uma condição chamada diluição da cor Alopecia, displasia folicular do cabelo preto ou síndrome do Doberman azul (dependendo da raça) porque a cor do revestimento diluído pode ser associada ao desenvolvimento de alopecia (perda de cabelo). A apresentação clínica da alopecia associada à cor do revestimento diluído é variável dentro e entre as raças; Portanto, apenas uma porção de indivíduos portadores de duas cópias da variante do gene MLPH irá mostrar perda de cabelo com algumas raças sendo muito mais propensos a desenvolver a condição. Embora duas cópias do MLPH variante do gene são necessários para desenvolver alopecia diluição cor, A apresentação variável desta condição sugere que fatores ambientais ou genéticos adicionais contribuem para o desenvolvimento da alopecia. Cães afetados com alopecia tipicamente apresentam perda de cabelo entre as idades de quatro meses e dois anos. Cabelo de cães afetados também pode parecer seco e maçante. A perda de cabelo é causada por armazenamento anormal de melanina no cabelo, o que leva à quebra do eixo do cabelo e à falta de rebrota normal do cabelo. Os cães com esta condição também podem ser afetados com infecções bacterianas recorrentes da pele originadas nos folículos pilosos (foliculite)’. [Paw Print Genetics, traduzido].
A CDA é a única incidência comprovada em exemplares diluídos. E ela não ocorre em 100% dos casos. É apenas um risco, assim como há o risco de displasia folicular do pelo preto, porém em menor incidência. Não há estudo [pelo menos não encontrei nada], que relacione o gene de diluição de cor à nenhuma outra doença].
Considerando a possibilidade de mapeamento e seleção genética atuais, o ideal seria repensar o reconhecimento dessas cores [o estudo é de 2005] com a devida seleção de exemplares sem CDA. No Brasil, há cães que descendem de exemplares diluídos ou que possuem irmãos diluídos. Como exemplo a Charleston Yoga, que era isabela e reproduziu muitos campeões de beleza. Filha de Brunswig’s Cryptonite, cão de grande importância na linhagem americana. Grandes cães da linhagem européia como Graaf Quirinus Van Neerland Stamm, Gamon di Campovalano e Urbano del Diamente Nero também reproduziam cães azuis.
Porém, como o Dobermann Verein não reconhece as cores diluídas, o ideal é que os diluídos não sejam reproduzidos, nem que se reproduza a cor intencionalmente para vender como exótico. O que não quer dizer que os exemplares que reproduzem diluição não devam continuar em reprodução. Visto a baixa variabilidade genética da raça, excluir ainda mais exemplares só por causa do gene de diluição não vem a colaborar em nada com a situação atual.


Ana Paula Ruzinski

Ninhada de Dobermann nascida em 17 de abril de 2017


Ninhada ‘A2’ nascida em 17 de abril de 2017.

Pai: Ingel Braum Von Nordsonne
Filho de `Vougan` Barão Vermelho di Amabille [Ryker Vom Aurachgrund, Alemanha & Phanta Vom Blitzkrieger, Canadá], 100% linhagem de trabalho; e de Von Borghen Shooting Star [A´Monde´S American Eclipse, Estados Unidos & Von Borghen Rihanna, Brasil], de linhagem americana; Campeã Inicial, Campeã Filhote e Jovem Campeã de beleza.

Mãe: Ch., Ch. Pan. Geneviéve Von Nordsonne
Campeã Brasileira, Campeã Panamericana e Campeã Filhote de beleza. Filha de Ch. Von Borghen Kriptonite [Ch., Ch. Pan. De Lex Luthor Rodger, Argentina & Paris Von Weissensee, Brasil] de linhagem americana, Campeão Brasileiro de beleza; e de Astra Star Von Nordsonne [Von Becker Hundehütte Áquila, Brasil & Phanomen Nordsonne, Brasil] de linhagem mista de estrutura.

A ninhada ‘A2’ descende de cães de renome nacional e internacional como Nello´s Lex Luthor, Sony Von Weissensee, Charleston Gulliver, Urbano del Diamante Nero, Marienburg´s Morocco, Graaf Quirinus V Neerlands Stam, Jivago Van Het Wantij, Black Bonny Vom Franckenhorst, Ramonburg´s Valdo, Lauter Kampe Keanu, PJF Diamond V Aquarius, Iñaqui de Black Shadow, A´Monde The Goddess Athena, Cambria´s Highly Regarded, Asco Vom Der Burgstätte, Bronco Von Der Doberwache, Floyd Von Utgard, Gero Von Der Mooreiche, Alfred von der Urftquelle, Bingo Von Ellendonk entre outros, campeões de beleza e trabalho.

Os pais possuem controle de displasia coxofemoral e de cotovelo. Ambos com articulações normais, isentos de displasia. A mãe da ninhada é uma fêmea de altura média e excelentes proporções. Forte sem perder seus traços delicados e harmoniosos. Com temperamento equilibrado, segura e muito afável. Ingel é um macho alto, de estrutura forte e cabeça muito bela. Um cão muito obediente e companheiro, seguro, com bom drive de caça e adora morder. Um cão que reúne aptidões para o trabalho e convivência em família. Esperamos reunir nessa ninhada a estrutura e beleza dos pais bem como o excelente temperamento que possuem, gerando acima de tudo, cães funcionais.